terça-feira, 31 de maio de 2011

Não me lembro o que me aconteceu ontem. Pode ser que o ontem não tenha existido. Ou o presente não é agora. Pode ser que eu tenha morrido ou nascido. Vivo. Ando. Penso. Passo por momentos difíceis, choro todos os dias. Derrotas são pra ser vividas, curtidas e descartadas. Chego à conclusão que só sei vive-las e curti-las, não sei me livrar de perdas. Elas permanecem em mim por muito tempo. Perdas são cruéis e eternas, dor é sádica e o passado é sincero. Meu Deus tornou-me dissonante. Fim do meu começo. Começo sem razão. O contrario da razão é o absurdo. Então eu sou absurdo. Eu não preciso de mim certo? Vou perder em outro corpo. Silêncio. Fico em silêncio. O silêncio é a resposta do incerto. Eu sou a perda incerta. O medo é imortal, necessito dele, mas não o quero. Ostento erroneamente a coragem. É falso. Somos fantoches da vida. Nossa vida é um filme mudo e em prato e branco. Filosofei. É um Maximo o não saber.  Minha vida é pálida. Perdi ontem, me lembro. Dormi e acordei perdedor. Adormeci perdedor acordei embriagado de medo e tensão. Não posso ver meu adversário, me tornei acessível a ele. Será que isso é ruim? Posso lutar sem sangrar, mas nunca sem temer. Veja fui tocado pelo medo do outro. Queima a pele. Sangra o coração. A gente não sabe do futuro, mas o aguardamos otimistas. Erramos? Talvez. Possibilidades são confusas. Há um fundamento pra tudo isso que estou escrevendo? Não, pois estou escrevendo aleatoriamente, sem coerência, sem começo nem título, pois sou assim. Existo sem título. Meu nome é fictício. Meu verdadeiro nome é não sei. Minha cara é abstrata. Meu corpo é cândido. Minha voz é muda. Só minha alma me ouve. Minha alma é surda. Chegou o sonho. O sonho que eu tive ontem era pesadelo. Só fui perceber quando eu tinha acordado. Então é isso, sonhei ontem. Estava bom, mas prefiro o não-sonho. Não-sonho é realidade. Devo ter sonhado que havia acordado. Acordar em sonho é um luxo sem consistência. Mudo a página acabei esse capítulo. Não o entendo, mas termino. Agora estou no meio da minha vida, daqui a 40 anos vou estar morto (agora sei que não sou otimista em relação ao meu futuro) e ainda sim meus olhos permanecem abertos. O meio é pra ser descansado em uma cama molhada, me deito. Fui forçado a isso. Dormir de olhos abertos é um exercício que só os nervosos conseguem. Estou me estranhado, sem me dar conta me vesti com vários adjetivos. Será que estou sendo sincero? Pode ser que sim. Sou a pessoa que mais me conheço. Então estou certo e ponto. Que arrogante eu estar certo depois de escrever sem razão alguma. Mas vou me desnudar desses adjetivos. Fiquei nu. Que imoral é meu corpo. Veja não consigo me desvincular desses adjetivos. Então vou continuar com eles. Fim, agora estou no final, o fim é lindo e sublime, o fim chega delicado, manso. Que grande historia. Começo, meio e fim cometem me. Findo e nasço. Agora vou tentar fazer com que minha existência seja precisa e voraz.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O começo.


“Pronto estou eu para o meu próximo cigarro, pro meu próximo choro, ruído e desafeto. Serão apenas os meus pecados e só minhas as poesias, meus escritores, minhas canções e magoas que não procuro e nem pretendo esquecer.  De frente estou eu para todos meus grandes inimigos, meus romances fracassados, meus amores guardados no baú infinito de minha perigosa alma. É minha verdade que me procura, é meu âmago que no momento chora, são meus amigos melhores que eu.  É meu isolamento que me faz ser plural, são os filmes que me iludem. Ficará a certeza de tudo que me atenta, ficara escrito tudo que no momento penso, danificará meu passado o que não liberto. Vai ser a vida que vai me esconder o segredo do simples, serão minhas palavras que saíram de minha boca pra mente do desconhecido. É o ilimitado que ando procurando, é o meio que almejo com muito medo é sem calma. É o tempo  que me traíra. É meu medo que me intimida por isso eu mesmo vou sabotar a conclusão. É meu corpo que ignora minha nudez.  É meu grande amor que não está comigo. Minha covardia é de esquecer tudo que um dia eu amei. Não é do fim que tenho medo, é do começo.