quarta-feira, 1 de junho de 2011


Vou seguir a luz azul que me chama pela janela.Vou quebrar regras, atirar palavrões, destruir provas, ultrapassar barreiras. E depois me mato e me perco, me desespero. Nasço de novo. Grito. Eu era ontem, não o sou mais. Hoje resolvi ser a solidão. Quero o só. Busco-me. Estava por ai, mas já voltei não consigo ficar longe do que me constrói dia após dia. Assisto da primeira fila o filme de minha vida. Como estou diferente do que pensava. Estou amordaçado por pobres seres humanos piores que eu. Saio. Encontro com meus melhores inimigos. Adoro-os e elimino-os. Delicadamente acessível me transformo na melhor e mais feliz pessoa do mundo e logo em seguida acordo do sonho infeliz. Maldito o sonho. Eu não posso, mas vou. Vejo e ando. Sinto e adormeço. Eu quero o que eu queria amanhã. Só terei o que Deus permitir. Li o meu destino e ele estava escrito nas paredes dos meus pesadelos. Bem lá no fundo de minha alma, junto com a imundice estava meu sórdido destino. Jogo-me ao lixo e ao meu destino os misturo e pronto: meu futuro virou detrito. Choro até querer morrer. Mas não morro. Permaneço estranho e voraz. É doloroso saber onde se vai parar e mesmo assim não parar. Necessito urgentemente de uma pausa, de um descanso eterno. Preciso nascer de novo o mais rápido possível ou então vou morrer de desespero e amargura. Não me mostre fotos, prefiro o real. Atitudes valem mais que palavras. Destino é melhor quando já vem pronto. Eu não posso mudar meu destino eu sou isso ai que ele quer. Erro-me em mim mesmo, cicatrizes enormes em minha testa, mostram o ser humano maravilhoso e imperfeito que sou. Que ótimo, agora estou me digerindo com mais elegância e concordância. Fiz-me melhor à custa do pior de mim. Reencarno no meu próprio destino. Existo em dose dupla a partir desse comovente instante. O tempo é sádico e realista. Momento eu sou eu, momento eu sou outro. Estou me venerando e amando sentir tudo em dobro, amo sentir seja lá o que for. Não preciso de nome nem de roteiros. Eu me basto e me paro quando quiser. O pai de minha alma sou eu mesmo e isso é o melhor de nascer. Morrer é submissão.