segunda-feira, 6 de junho de 2011

O jovem e o homem


Eu sou um jovem, sou um jovem homem a procura do algo infinito. Sou o homem. Sou a ameaça. Vi-me nos mais remotos pensamentos, me obriguei a viver tudo e comecei tudo outra vez. Repito-me e me ouço. Quero agora e sou apenas um jovem. Sinto-me homem. Enxergo os exageros da alma. Anseio o poder. Me olho e sou o jovem. Sou o jovem perdido no corpo de um homem. Sou velho. Minha idade escorrida torna-se pessoa. Minha idade tem corpo, tem cara, tem sentimentos, tem órgãos só que não a vejo. Escondo-me. Não tiro fotografias, prefiro não saber quem sou. Não tornei o que almejava e já sou homem. Fui jovem hoje a tarde, acordei novo em folho: disposto. Morri velho. Minha alma é minha idade. Estou conflitado não sei falar do tempo. Hoje, ontem, agora , ontem e sempre: sou todos. Saio e volto agora. Tenho relógio no pulso. No relógio tem números e ponteiros. Meu relógio é quadrado. Não sei olhar as horas só sei senti-la não sei vive-la  mas á enxergo todos os dias no espelho, ela está nítida nos poros da minha cara, isso basta. Vinte e quatro horas vivendo a mesma pessoa no mesmo corpo com emoção diferentes isso é tempo, isso é hora. Enxergo-me jovem novamente. Meu tempo foi vivido por mim. Fiz-me velho de novo. Meu corpo e alma trabalham para o tempo. Estou envelhecendo. Minha alma jovem envelhece bem na minha cara,bem na minha frente. O tempo é sincero.