quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Esconderijo


E eu me deixo em algum lugar, algum lugar secreto onde não me ache.
E que descubram tudo o que os meus sentidos permitem.
Eu não sei onde estão meus cigarros, minhas chaves, minha imortalidade perante o universo que é agora.
E então fujo pro esconderijo ilusório que criei pra mim.
Lá sinto tudo que quero: ouço as palavras de “Caetano”, fotografo paisagens surrealistas, leio as poesias de “Sophia”, desenho esquadros, lá fico grande e os instantes são apenas meus.
Eu transmuto-me em personagens que nem eu mesmo conhecia e permaneço sendo a mesma pessoa, meu secreto adormece.
E quando tento fechar a porta desse lugar que eu crie não consigo ouvir o barulho da porta batendo, não consigo juntar os pedaços das pessoas que fui, alguma força oculta me quer, mesmo triste ali e só por isso não vou embora.
Meu esconderijo é minha alma