domingo, 7 de agosto de 2011

O verbo

O que me importa? Em que me baseio? Morro. Nasço. Sou o muito do fim. Grande. Sou mil contradições, sou uma contradição apenas. Que contradição é meu ser. Sou pequeno. Fiz-me um pouco virei muito, voltei ao pouco. Nada de novo. Altero-me, abro os olhos, bebo a vodca, respiro o ar preto, vejo a luz azul, observo as faces, passo por fases. Que luxo, virei um sorriso. Que alegre estou e nem sei por quê. Simplesmente estou. Lindo. Que volúpia é meu sentimento. Pornográfico (Puto). Cheguei com a vontade, fui embora. Voltei pra dentro de mim. Não sou domesticado. Não sou mais sorriso agora sou frieza, sou cara feia. Ódio. Odeio sentir ódio. Amo sentir. Meu corpo está dentro do caixão. Choram por mim. Flores, lágrimas, eu estou morto. Meu corpo morreu. Minha alma ficou órfã. Meu coração, coitado. Nasci. Saio de dentro do útero, da placenta, do sexo, da barriga, do ventre de um ser. Eu sou o ser de um ser, devo achar isso magnífico ou não? Sim, eu não sei. Estou no mundo. Morri pra nascer, nasci pra morrer de novo. Não entendo. Nasci no crepúsculo. Morri no quarto escuro. Não. Minha alma é não. Chega. Volto a viver. Prefiro viver. É perfeito o sentir. Aperto minhas mãos. Estou quente. Cadê meu sexto sentido? Basta. Eu me basto e não me entendo.