sábado, 30 de julho de 2011

Mudar, sentir, tocar

Mudar-me para me sentir, me conhecer só para poder me tocar, me tocar até parar de sentir-me. Eternas contradições jamais entendidas, desconhecidas por mim, pois sou fraco e tudo que a vida me dá pede algo em troca, como pode querer tanto de mim, não vivo da forma que desejas? Tenho-me em mãos como se fosse um objeto ,como se fosse uma arma, uma bomba pronta pra ser despertada e explodida. Já não posso ouvir tudo que dizem, já não posso me carregar como antes. Abandono-me, como um desconhecido, ás traças, ás margens de minha indiferença, que me obrigam a me entender de maneira errada e fria. E assim volto para o meu começo, pro meu infinito depravado e autodestrutivo. Não me aponte porque escrevo apenas sobre mim, você pode achar que é egoísmo, narcisismo ou coisa parecida, mas me descrevo porque na maioria das vezes não me entendo da maneira convencional, então preciso escrever sobre mim, preciso me ler pra poder compreender como posso ser tão estúpido. 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Me globalizaram e só percebi agora

Que  lugar estou eu no mundo? Que espaço ocupo no meio de tanta coisa, de tanta gente?
Novas tecnologias me engolem e me expelem pro mundo. Cd que já foi vinil virou um pequeno aparelho de MP50 ou sei lá o que. Meus livros preferidos estão saindo em forma de e-book’s. Celulares me cumprimentam na rua. No supermercado encontro poesia enlatada, amor em caixetas, orgasmos em pastilhas tudo etiquetado com um preço com um código de barra. E eu que não quero ficar pra trás compro tudo isso e sem ver faço parte da mídia corporativa do jovem pós-moderno, o jovem filho da geração 90. O jovem que faz parte de 18 redes sociais, tem como melhor amigo seu computador, conhece a cara das pessoas por um monitor 17 polegadas, tela plana. Meu computador me apresenta musicas, textos, poetas, pseudo-intelectuais, pornografias baratas, gírias, piadas, fotos, drogas recreativas, arte surrealista, amigos desconhecidos, futuros namorados, amantes presentes, putas, arte de rua, grafite marginalizado, gordas cantoras, vídeos da moda, tendências de cores. E eu vomito todas essas novidades no meu pequeno espaço perdido de nada. Bem vindos ao mundo da era fudida tecnológica sem sentimentos e sem cara. A revolução acontece dentro do meu quarto. Bem aqui de frente pro meu PC.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O que me escapa

Eu me lembro da chuva, que caia na janela e escorria pela minha cama, deixando-me com frio. Eu me lembro das palavras que eu nunca ouvia, das coisas que eu não conhecia, das pessoas que eu quase nunca via, e me deixavam com saudade. Saudades de tempos atrás, de momentos vividos, de momentos já esquecidos. Saudade das poesias que quase sempre me faziam chorar. Eu gostova de lembrar o que me escapava por entre os dedos e gestos. Ao sentir que chegava perto do fim de meu destino, pensava de novo, naquela chuva, naquelas pessoas, naquelas poesias. Que iam até a minha mente e me diziam lentamente... que meu lugar não era ali.